terça-feira, 21 de março de 2017

Interpretação de nomes simbólicos: noções gerais e terminologia

AS LINHAS DE TRABALHO ENQUANTO ARQUÉTIPOS
As Linhas de Trabalho da Umbanda (Caboclos, Crianças, Pretos Velhos, etc) constituem-se arquétipos, isto é,são carregadas de conceitos e conteúdos aplicáveis a vida prática, as quais fazem parte da doutrina (filosofia de vida) pela qual o umbandista deveria ter como norte. Assim, o Caboclo representa a maturidade, a força, o pai, a mãe, o conhecedor, o doutrinador. Movido pelo arquétipo Caboclo, o umbandista, em tese, deveria ser capaz de mover esforços para atingir o que este arquétipo representa. Partimos então do pressuposto de que todos teriam, dentro de si, a semente da evolução, e de que as linhas de trabalho da Umbanda seriam exemplos práticos de como evoluir espiritualmente.

TERMINOLOGIA PARA O ESTUDO ARQUETÍPICO DAS LINHAS DE TRABALHO
Dentro de uma Linha de Trabalho, existem ainda subdivisões arquetípicas, que darão origem ao que entemdemos como grupamentos. Esta nomenclatura é variável entre autores, apesar de a ideia ser a mesma. Então, um arquétipo que caracteriza a Linha dos Pretos Velhos seria a sabedoria, porém, cada grupamento de Preto Velho viria representar a sabedoria manifesta em um sentido da vida. Cada grupamento traria uma mensagem sobre a saberoria. Assim como, a Linha das Crianças poderia ser representada pelo arquétipo da pureza e inocência. Cada grupamento dentro da Linhas das Crianças traria a característica geral da linha, ou seja, o arquétipo base (pureza, alegria, inocência, amor) manifesta para um sentido da vida.
Terminologicamente, uutilizamos o termo grupamento para referir a um conjunto de espíritos dentro de uma Linha de Trabalho que tem características comuns. Assim sendo, temos, por exemplo, o grupamento de Pretos Velhos Quimbandeiros. Este reúne uma série de espíritos, dentro da Linha dos Pretos Velhos, que possuem a mesma "especialidade". Dentro do grupamento de Pretos Velhos Quimbandeiros, existem falanges. Falanges são um conjunto de espírtios de uma mesma linha de trabalho que se identificam por um mesmo nome simbólico. Então, dentro do grupamento de Pretos Velhos Quimbandeiros, teríamos, por exemplo, a falange de Pai Cipriano.Temos aí uma série de espíritos que possuem características de manifestação ainda mais comuns e próximas entre si. Podemos ter, no entanto, Pai Cipriano das Almas, das Matas, do Cemitério, da Encruza, etc. Ao sobrenome daremos o nome de sub-falanges. Designaremos por sub-falanges os sobrenomes dos Guias Espirituais, os quais podem ser utilizados, em maior ou menor grau para se especificar o arquetipo, isto é, a mensagem simbólica trazida por determinado nome simbólico. A sub-falange será mais específica para ideitificar o arquétipo de um nome simbólico se ela vier acompanhada pelo nome de falange. Exemplo: Pai Cipriano das Almas. A sub-falange "das Almas", é a um instrumento que nos permite identificar com maiores minúncias o arquétipo trazido por este nome simbólico. No entanto, se não mencionarmos o nome de falange, a sub-falange se torna tão generalista quanto, ou até mais, que o grupamento, no sentido de identificar minuciosamente um nome de trabalho. Exemplo: se eu não mencionar "Pai Cipriano" e dizer apenas a sub-falange "das Almas", este nome dirá pouquíssimo sobre um nome simbólico, já que existem várias e várias falanges que podem abarcar a sub-falange "das Almas", Podemos ter "Pai Antônio das Almas" "Vovó Maria das Almas", "Pedrinho das Almas", "Caboclo Peri das Almas", etc. Ou seja, sem a menção da falange, a sub-falange torna-se um instrumento de pouca utilidade quando se deseja investigar o arquétipo de um nome simbólico.
Investigar o arquétipo de um nome simbólico significa saber qual mensagem traz este nome simbólico, e assim significa entender minimamente o que o Guia traz, qual a missão dele junto ao seu médium, e assim por diante. 

Para compreender mais sobre a idenfificação de nomes simbólicos e arquétipos por trás destes, solicite material de aprofundamento (em pdf) através do e-mail romesbittencourtsousa@gmail.com.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Nomes e sobrenomes dos guias: o que dizem?

Muitos têm chegado até o nosso portal no facebook para perguntar sobre esta ou aquela criança, dando, na grande maioria das vezes, apenas um ou dois nomes. Nesta postagem, pretendemos fazer uma breve reflexão sobre o nome das entidades, em especial, das crianças.
Como diz o Sr. Exu Tranca Rua das Almas, entidade trabalhadora da dirigente espiritual e apresentadora do programa "Conversando com Seu Tranca", Mãe Gladys Camorim, o guia de Umbanda traz, na maioria das vezes, um nome ocultador (o que acontece em especial com os pretos velhos e crianças) e outro que falará de seus entrecruzamentos e vibrações (orixás). 
O nome ocultador seria aquele que é muito comum, que não revela nada ou pouquíssimas coisas sobre a entidade. São nomes simples e cotidianos. Exemplo: João. Este nome não revela a linha de trabalho do espírito e o que ele faz. Em alguns casos, principalmente quando o assunto é erê, muitos relacionam o primeiro nome da criança, na maioria dos casos em diminutivo, com uma personalidade religiosa ou social famosa. 

Exemplo:

Mariazinha → Maria → mãe de Jesus → sincretismo com Oxalá. 
Ou ainda: Mariazinha → Maria → Iemanjá ou Oxum: sincretismos das "Nossas Senhoras". 

Pai Benedito → Benedito: bendito, abençoado → Oxalá, trono da fé.

Logo, defendem que Mariazinha seria uma criança com interligação a Oxalá, no primeiro caso, ou com Iemanjá ou Oxum no segundo. Este método é eficaz em alguns casos, segundo nossas pesquisas, mas é incapaz de tudo revelar sobre o mistério da entidade. Daí, necessitamos de um sobrenome. Este, terá o papel de revelar a linha de atuação e vibração do espírito.

Exemplo:

Da Praia → Entidade da linha das águas, de Iemanjá
Da Mata → Entidade da linha das matas, de Oxóssi
Da Pedreira → Entidade da linha de Xangô

*Para desvendar nomes, devemos olhar os campos de atuação dos orixás, seus mistérios e seus campos de força.

Conhecendo estes dois nomes, fica mais fácil determinar algo mais profundo sobre o espírito. Claro que outros fundamentos podem e devem ser analisados, tais quais: os pontos riscados e cantados, a pedra e as ervas preferidas do espírito, etc. 
Desta forma, temos que "Mariazinha da Praia" seria uma criança "Mariazinha" (nome ocultador), que é da linha de Iemanjá (por ser da praia) , trabalhando com os atributos geracionais, que são os mistérios deste orixá.
Existem alguns sobrenomes que são incomuns e pouco ouvimos falar, exemplo "da Mata Azul", ou "da Lagoa Verde", ou ainda "da Rosa Vermelha", mas o importante de analisarmos são os fundamentos de tais nomes, ou seja, o que eles pretendem dizer, se possuem sentido e significância. Exemplo: uma criança "da Mata Azul", trabalharia na linha de Oxóssi entrecruzando com as forças de Iemanjá.
A cada dia a espiritualidade nos apresenta novos mistérios. Somos ainda pequenos aprendizes deste mundo enorme. Vamos caminhar ao lado de nossos guias. Que as crianças e todos os outros guias venham nos abençoar com suas instruções e conselhos e, como diz o provérbio: "Ensina a criança o caminho que deve andar e ainda quando for velho, não se desviará dele.” Mas neste caso, nós e quem somos as crianças!

ONIBEJADA!

sexta-feira, 26 de abril de 2013

O que há por trás dos arquétipos da tríplice de Umbanda?

Caboclo, preto velho, criança. Quem são estes? São espíritos apegados a seus costumes antigos? São ignorantes que não evoluíram? Os caboclos são índios que morreram? E os pretos velhos? É verdade que são velhos escravos? E como ficam as crianças? Já encarnaram, nunca viveram aqui? E aí? 
As perguntas acima trazem mitologias, crendices e dissonâncias em nome da doutrina de Umbanda. Tudo isso porque muitos não entendem os fundamentos reais da religião, e, logicamente, seus arquétipos de trabalho.
Desde a instituição da Umbanda, o que vemos muitos relacionar com a religião é a palavra "humildade". Este vocábulo é usado para tudo dentro da crença que seguimos. Desta forma, não queiramos encontrar em terreiros sérios (de Umbanda) entidades se vangloriando e exibindo seus "incríveis poderes espirituais".
Cada arquétipo umbandista é, na verdade, uma roupagem utilizada para trabalho, assim como em casas kardecistas, espíritos se transfiguram de médicos para ajudar aos necessitados. Na Umbanda, esta caracterização é diferente. Ao invés de médicos e demais doutores, encontramos espíritos que pertencem a uma linha de trabalho, ou seja, entidades que possuem o mesmo campo de atuação, mas de formas diferentes (por forma diferente se entende a particularidade de cada entidade e a linha vibracional que a rege). É como se aquela entidade que se apresenta como preto velho tivesse escolhido (ou pedido, usem a palavra que acharem melhor) trabalhar naquela determinada área. Lá, ele  desenvolve uma magia específica, conhece o que deve fazer e como ajudar os necessitados. Ou seja, aquele espírito está, literalmente, trabalhando como um preto velho. Sua profissão é ser um preto velho. Assim também ocorre com as outras falanges. A entidade que transfigura aquela roupagem é um trabalhador de uma linha específica (no exemplo, a tradicional linha das almas) que segue regras e mistérios daquela determinada atividade. 
Apesar de sabermos que o trabalho dos arquétipos se restringe a uma vestimenta, entendemos que para se ocupar um grau de caboclo, preto velho ou criança é preciso uma evolução espiritual muito grande. Ou seja, apenas espíritos extremamente evoluídos moral e intelectualmente poderão usufruir de tais roupagens. Como já dissemos nesta página, as crianças são grandes magos da espiritualidade. Aí você pode se perguntar: Então porque se apresentam como seres pequeninos e brincalhões? Justamente para realizar seus trabalhos sem ser reconhecidos. Como dissemos, a Umbanda é humildade. A roupagem infantil (assim como as demais aqui citadas) é a melhor ferramenta para grandes magos que, ao trabalharem no bem, não desejam ser reconhecidos pelos seus atos. É justamente por isso que vemos inúmeras entidades com nomes similares no trabalho de Umbanda. Para estes espíritos, o que interessa não é a forma de falar, o nome ou a vestimenta, mas sim, o seu trabalho e o bem estar de seus assistidos.
A partir de tudo o que aqui foi apresentado, a conclusão fácil que conseguimos obter é que os espíritos que apresentam vestimentas de caboclo não foram (obrigatoriamente) índios, de pretos velhos, não foram (obrigatoriamente) escravos e nem negros, de crianças, não foram (obrigatoriamente) crianças quando morreram cedo, etc. 
A Umbanda é um campo de trabalho espiritual onde todos são aceitos e todos são "ocultados". O passado não é importante. O que vale é ajudar o próximo a crescer e se desenvolver. Todos aprendem e os grandes mestres ensinam sem precisarem de qualquer vanglória ou agradecimento.

ONIBEJADA!

domingo, 14 de abril de 2013

Tríplice da Umbanda: O que é?

Seja qual for a doutrina da casa de Umbanda que o leitor siga, o incontestável é o respeito aos fundamentos passados pelo Sr. Caboclo das 7 Encruzilhadas, na institucionalização de nossa doutrina. O caboclo fundamentou a Umbanda, direcionou seus princípios, e assim, todos, que se dizem "umbandistas" devem seguí-los, pois tais fundamentos não são ensinamentos de uma entidade isolada, mas sim, do fundador da Umbanda em nosso planeta.
A mesma entidade falou de uma tríplice de vibrações, que seriam as três principais linhas de trabalho do culto umbandista. Estas três linhas seriam representadas pelos caboclos, pretos velhos e crianças. A tríplice representa o topo da hierarquia de espíritos da Umbanda. Essas três vibrações possuem fundamento e não é apenas uma escolha premeditada e aleatória.
Lembramos, no entanto, que não é o fato de termos citado acima a linha dos caboclos antes da linha dos pretos velhos e das crianças que esta é mais importante. Quando se fala da tríplice, não existe importância maior de uma linha ou de outra. Vamos entender agora um pouco do arquétipo trazido por cada linha de trabalho.
Os caboclos representam os espíritos de índios (primeiros habitantes do território brasileiro), o que não
quer dizer que tenham sido índios em suas últimas encarnações terrenas. A simbologia que trazem é referente a humildade, uma das qualidades primordiais da Umbanda. Servem para mostrar a fase adulta de desenvolvimento do ser humano. São eles normalmente guias de terreiros e/ou cabeceira da maioria dos médiuns. Ao incorporarem, sempre gritam (grito que recebe a denominação de 'ilá', segundo algumas tradições umbandistas). Este grito, além de característico do povo índígena, serve para dissipar larvas astrais e depósitos fluídicos condensados, fazendo uma limpeza no ambiente através da energia sonora. São ótimos para fazer descarrego, sendo considerados grandes médicos. Os nomes mais conhecidos de caboclos são: Pena Branca, Pena Verde, Mata Virgem, Ubiratão, Pedra Preta, Pedra Grande, etc.
Os pretos velhos trazem o arquétipo representativo dos escravos e demais negros que ajudaram a formar a cultura brasileira. Representam a sabedoria da melhor idade. Mostram a fase idosa do ser humano, zelando, dentro da instituição Umbanda, pelo respeito á população de terceira idade. Utilizam de uma fala sem muito capricho, simples e humilde, como dizem nossos vovôs e vovós encarnados. Muitos gostam de benzer. São exímios conselheiros, grandes psicólogos da Umbanda. Alguns tomam café, outros comem rapadura, e praticamente todos utilizam de cachimbos ou fumos diversos. Estes, ao serem baforados contra o rosto do consulente ou algum lugar da casa, produzem um ácido que destrói miasmas astrais possivelmente presas no ambiente ou na pessoa. Os nomes mais conhecidos de pretos velhos são: Pai José, Pai Joaquim, Vovó Maria, Pai João, Vovó Benedita, Pai Benedito, etc.
As crianças (erês, ibeji, dois dois) representam a outra origem formadora do povo brasileiro: os europeus. Trazem a alegria
da infância, o jeito doce e inocente de lidar com as situações da vida, mesmo que estas pareçam muito adversas. Possuem, como o próprio nome já diz, o arquétipo de crianças, capazes de divertir a todos, fazendo com que o consulente esqueça, por instantes aquele horrível problema que o levou ao terreiro. A principal característica moral desta vibração é despertar a alegria e a inocência. São os grandes magos da espiritualidade. Tem fama no dito umbandista: "Trabalho que erê faz nenhuma outra entidade desfaz". Ao brincar e/ou rir, estão realizando enormes e diversos trabalhos na casa de umbanda ou nos consulentes. E nós, tolos (ou bons pacientes) raramente nos damos conta de 1% de tudo isso. Utilizam muito o guaraná, que ajuda a energizar o médium e elevar a sua vibração tendo por fim uma conexão mais firme com a energia desta linha, muito diferente da nossa. Seus nomes característicos são: Mariazinha, Florzinha, Pedrinho, Paulinho, Aninha, Zezinho, etc.
É bem observando os fundamentos das três linhas que percebemos como a Umbanda é maravilhosa. É nesta doutrina que temos a consciência que podemos aprender e muito com criança, adulto e idoso. É nesta doutrina que vemos que o maior sábio não é aquele que mais estuda, mas sim aquele que sabe simplificar a vida em um grito, em uma baforada ou até em uma brincadeira inocente. Esta é a Umbanda, que tanto encanta a todos. Salve as três linhas! Salve toda a Umbanda! 

ONIBEJADA!

segunda-feira, 18 de março de 2013

Ciganos Mirins: quem são?

Confesso que jamais havia ouvido falar da terminologia correspondente ao título deste post. Tempos atrás ouvi um programa cigano numa rádio umbandista (Toques de Aruanda) e ouvi esta nomenclatura. Talvez todos aqui estejam se perguntando, mas sim, os ciganinhos e as ciganinhas existem.
Como quase todas as linhas de trabalho, a linha dos ciganos é também composta por seus mirins, essenciais para o trabalho. Os ciganos mirins, no entanto, formam uma linha pouquíssima conhecida, fazendo a intersecção entre a linha das crianças e a linha dos ciganos. Diferentemente dos erês, os ciganinhos não brincam muito, mantendo uma postura de maior seriedade. Eles gostam mesmo é de dançar. 
Quando em terra, se divertem dançando, dando passes e realizando a tarefa principal desta linha: a cura e o equilíbrio. São exímios curadores, trazendo aprendizados milenares de magia, leitura de mãos (ciganinhas), cura, em especial física, e reequilíbrio geral. Podem descer tanto junto a egrégora cigana como junto a ibejada. Eis aí um dos motivos pelo qual não são percebidos.
Pela calma que passam, não demoram para serem confundidos com ciganos normais. Se assim ocorrer, os mirins tratam de aceitar as denominações, não fugindo dos ensinamentos da casa. Desta forma, dão normalmente apenas o primeiro nome que trazem, não se identificando como mirins. Porém, por terem alguns comportamentos infantis quando descem, podem ser aderidos aos erês, formando o que seria uma ibejada do oriente cigano, ou seja, se alguém os aceitar como crianças, eles passam a trabalhar e atuar como crianças. O que querem é trabalhar, seja de qualquer forma.
Estão sempre abertos a trabalhar e a se mostrar. Sempre que aceitos, com carinho, eles se apresentam como são com todo o seu amor e sua inocência. As meninas gostam de tiaras e pulseiras, os meninos, de arquétipos próprios de suas raízes ciganas.
Os nomes que dão, assim como com as demais meninadas, é o diminutivo de nomes adultos, exemplo:

Cigana Esmeralda - Esmeraldinha
Cigano Rodrigo - Rodriguinho
Cigano Pablo - Pablinho (Pablito) 

A forma com que o nome vem pode variar de entidade a entidade. Algumas se apresentarão com nomes espanhóis no diminutivo, outras, com nomes realmente em português. Ao que tudo indica, os nomes indicam, como nos mirins de esquerda, a linha de ciganos adultos que trabalham. Lembramos sempre que não é simplesmente pelo fato de o médium trabalhar com o cigano Wladimir, que o seu ciganinho será "Wladimirzinho".
Suas oferendas podem ser entregues nos jardins ou em locais específicos. Normalmente são recheadas de frutas carregando alguns doces e tem-se o costume de, após o processo, doar as guloseimas e tudo mais que for comestível usados no trabalho a crianças que vivem em situação de miséria, lembrando a fama cigana de povo nômade.
Sabemos ainda muito pouco sobre eles, no entanto, podemos aprender ainda mais, basta aceitá-los como trabalhadores. O trabalho espiritual é rico demais e nele todos são aceitos. Aceitemos e desfrutemos dos benefícios que a espiritualidade nos traz.

Referências: Vídeo - Ciganos Mirins - http://www.youtube.com/watch?v=qmcMml0E_Wo

ONIBEJADA!
Optchá, meninada cigana!

sexta-feira, 15 de março de 2013

Mirins: protegem?

Observamos atualmente que muitos umbandistas têm duvidado da eficácia do trabalho das crianças, tanto das de direita, quanto das de esqurda. A estes damos uma sonora resposta: os grandes magos não precisam de muito para trabalhar.
Neste post trataremos desta dúvida manifestada na linha de esquerda mirim. Por falta de conhecimento e certa "diversidade" existente entre casas que trabalham com os pequenos da esquerda, muitos duvidam de seus trabalhos e ensinamentos, colocando a prova até mesmo sua importância no trabalho umbandista e espiritualista em geral.
Recentemente li artigos de outras páginas que diziam que exus mirins eram exus adultos. Já observei que muitos médiuns incorporam as pomba giras meninas (mirins) acreditando incorporar uma pomba gira "adulta". Sem querer mexer no fundamento que cada um aplica aos seus trabalhos, todos nós temos que concordar que um dos motivos do preconceito é justamente este: o mistério por trás destes espíritos, que sempre se apresentam brincando, falando, algumas vezes, em voz elevada, desmanchando demandas, etc.
Se formos investigar mais profundamente o trabalho destes guias, notaremos que, assim como as outras entidades de Umbanda, cada arquétipo por eles utilizado têm um fundamento. Desta forma, entramos na resposta da pergunta que dá título a esta postagem: sim! Os mirins são grandes protetores.
Trabalhando sobre o auxílio e a coordenação dos "adultos de esquerda", os mirins compõem o campo vibracional do orixá menor Yariri, que corresponte a vibração de Yori, que controla a linha das crianças. Assim sendo, sua existência é fundamentada. Eles são grandes instrumentos regredidores de evolução. Eis aí um dos motivos pelo qual os chamamos de protetores.
Na verdade, quando se tira algo de alguém, o mirim está extraindo da pessoa algo que poderia prejudicá-la futuramente. Exemplo: um médium, que, pelo seu desequilíbrio, é afastado dos trabalhos espirituais pelas crianças da esquerda. Logo, não consiste o afastamento um castigo, mas sim uma proteção contra futuros prejuízos, visto que aprendemos no Espiritismo que uma das leis que regulamenta a prática mediúnica é a afinidade, que, neste caso, fará com que o médium em desequilíbrio atraia também entidades em desequilíbrio, criando um processo no qual as entidades causam cada vez mais desequilíbrio no médium, que acaba por alimentá-las, gerando fortíssimos processos obsessivos.
Por aí chegamos a conclusão de que os mirins "antecipam" ações. Ou seja, eles vêm antes de algo acontecer. E é aí que entramos em um outro fator importantíssimo deste guia: o trono das intenções. Assim como os mirins regridem, eles também impulsionam. A sua impulsão se dá, entre outras formas, pela geração de benéficas intensões no indivíduo, o que fará despertar neste o desejo (pomba gira) e consequentemente a vitalidade (exu).
Sabendo que os mirins são "crianças", podemos conceber a ideia de que suas ações podem ser extremistas, por não preocuparem muito com a consequência do que fazem (eis aí um dos motivos para realizarem trabalhos muito rapidamente). Não medindo consequências, têm os pequeninos o poder quase que instintivo de proteger muito aqueles que os amam, chegando em alguns momentos a "tomar a dor" de seu companheiro.
É por essas e outras que concluímos que os mirins são sim guardiões fortes, assim como os exus e pomba giras. Seguram trabalhos, protegem pessoas, locais, e fazem tudo isso muito bem. É por isso que devemos amá-los e respeitá-los. Eles são sim meninos de guarda. São companheiros de todas as horas, e como diriam as frases:
"Ele é Exu! / É Exu Mirim! / Não me nega nada / Sempre me diz sim!"

Onibejada!
Laroyê Esquerda Mirim!