segunda-feira, 18 de março de 2013

Ciganos Mirins: quem são?

Confesso que jamais havia ouvido falar da terminologia correspondente ao título deste post. Tempos atrás ouvi um programa cigano numa rádio umbandista (Toques de Aruanda) e ouvi esta nomenclatura. Talvez todos aqui estejam se perguntando, mas sim, os ciganinhos e as ciganinhas existem.
Como quase todas as linhas de trabalho, a linha dos ciganos é também composta por seus mirins, essenciais para o trabalho. Os ciganos mirins, no entanto, formam uma linha pouquíssima conhecida, fazendo a intersecção entre a linha das crianças e a linha dos ciganos. Diferentemente dos erês, os ciganinhos não brincam muito, mantendo uma postura de maior seriedade. Eles gostam mesmo é de dançar. 
Quando em terra, se divertem dançando, dando passes e realizando a tarefa principal desta linha: a cura e o equilíbrio. São exímios curadores, trazendo aprendizados milenares de magia, leitura de mãos (ciganinhas), cura, em especial física, e reequilíbrio geral. Podem descer tanto junto a egrégora cigana como junto a ibejada. Eis aí um dos motivos pelo qual não são percebidos.
Pela calma que passam, não demoram para serem confundidos com ciganos normais. Se assim ocorrer, os mirins tratam de aceitar as denominações, não fugindo dos ensinamentos da casa. Desta forma, dão normalmente apenas o primeiro nome que trazem, não se identificando como mirins. Porém, por terem alguns comportamentos infantis quando descem, podem ser aderidos aos erês, formando o que seria uma ibejada do oriente cigano, ou seja, se alguém os aceitar como crianças, eles passam a trabalhar e atuar como crianças. O que querem é trabalhar, seja de qualquer forma.
Estão sempre abertos a trabalhar e a se mostrar. Sempre que aceitos, com carinho, eles se apresentam como são com todo o seu amor e sua inocência. As meninas gostam de tiaras e pulseiras, os meninos, de arquétipos próprios de suas raízes ciganas.
Os nomes que dão, assim como com as demais meninadas, é o diminutivo de nomes adultos, exemplo:

Cigana Esmeralda - Esmeraldinha
Cigano Rodrigo - Rodriguinho
Cigano Pablo - Pablinho (Pablito) 

A forma com que o nome vem pode variar de entidade a entidade. Algumas se apresentarão com nomes espanhóis no diminutivo, outras, com nomes realmente em português. Ao que tudo indica, os nomes indicam, como nos mirins de esquerda, a linha de ciganos adultos que trabalham. Lembramos sempre que não é simplesmente pelo fato de o médium trabalhar com o cigano Wladimir, que o seu ciganinho será "Wladimirzinho".
Suas oferendas podem ser entregues nos jardins ou em locais específicos. Normalmente são recheadas de frutas carregando alguns doces e tem-se o costume de, após o processo, doar as guloseimas e tudo mais que for comestível usados no trabalho a crianças que vivem em situação de miséria, lembrando a fama cigana de povo nômade.
Sabemos ainda muito pouco sobre eles, no entanto, podemos aprender ainda mais, basta aceitá-los como trabalhadores. O trabalho espiritual é rico demais e nele todos são aceitos. Aceitemos e desfrutemos dos benefícios que a espiritualidade nos traz.

Referências: Vídeo - Ciganos Mirins - http://www.youtube.com/watch?v=qmcMml0E_Wo

ONIBEJADA!
Optchá, meninada cigana!

sexta-feira, 15 de março de 2013

Mirins: protegem?

Observamos atualmente que muitos umbandistas têm duvidado da eficácia do trabalho das crianças, tanto das de direita, quanto das de esqurda. A estes damos uma sonora resposta: os grandes magos não precisam de muito para trabalhar.
Neste post trataremos desta dúvida manifestada na linha de esquerda mirim. Por falta de conhecimento e certa "diversidade" existente entre casas que trabalham com os pequenos da esquerda, muitos duvidam de seus trabalhos e ensinamentos, colocando a prova até mesmo sua importância no trabalho umbandista e espiritualista em geral.
Recentemente li artigos de outras páginas que diziam que exus mirins eram exus adultos. Já observei que muitos médiuns incorporam as pomba giras meninas (mirins) acreditando incorporar uma pomba gira "adulta". Sem querer mexer no fundamento que cada um aplica aos seus trabalhos, todos nós temos que concordar que um dos motivos do preconceito é justamente este: o mistério por trás destes espíritos, que sempre se apresentam brincando, falando, algumas vezes, em voz elevada, desmanchando demandas, etc.
Se formos investigar mais profundamente o trabalho destes guias, notaremos que, assim como as outras entidades de Umbanda, cada arquétipo por eles utilizado têm um fundamento. Desta forma, entramos na resposta da pergunta que dá título a esta postagem: sim! Os mirins são grandes protetores.
Trabalhando sobre o auxílio e a coordenação dos "adultos de esquerda", os mirins compõem o campo vibracional do orixá menor Yariri, que corresponte a vibração de Yori, que controla a linha das crianças. Assim sendo, sua existência é fundamentada. Eles são grandes instrumentos regredidores de evolução. Eis aí um dos motivos pelo qual os chamamos de protetores.
Na verdade, quando se tira algo de alguém, o mirim está extraindo da pessoa algo que poderia prejudicá-la futuramente. Exemplo: um médium, que, pelo seu desequilíbrio, é afastado dos trabalhos espirituais pelas crianças da esquerda. Logo, não consiste o afastamento um castigo, mas sim uma proteção contra futuros prejuízos, visto que aprendemos no Espiritismo que uma das leis que regulamenta a prática mediúnica é a afinidade, que, neste caso, fará com que o médium em desequilíbrio atraia também entidades em desequilíbrio, criando um processo no qual as entidades causam cada vez mais desequilíbrio no médium, que acaba por alimentá-las, gerando fortíssimos processos obsessivos.
Por aí chegamos a conclusão de que os mirins "antecipam" ações. Ou seja, eles vêm antes de algo acontecer. E é aí que entramos em um outro fator importantíssimo deste guia: o trono das intenções. Assim como os mirins regridem, eles também impulsionam. A sua impulsão se dá, entre outras formas, pela geração de benéficas intensões no indivíduo, o que fará despertar neste o desejo (pomba gira) e consequentemente a vitalidade (exu).
Sabendo que os mirins são "crianças", podemos conceber a ideia de que suas ações podem ser extremistas, por não preocuparem muito com a consequência do que fazem (eis aí um dos motivos para realizarem trabalhos muito rapidamente). Não medindo consequências, têm os pequeninos o poder quase que instintivo de proteger muito aqueles que os amam, chegando em alguns momentos a "tomar a dor" de seu companheiro.
É por essas e outras que concluímos que os mirins são sim guardiões fortes, assim como os exus e pomba giras. Seguram trabalhos, protegem pessoas, locais, e fazem tudo isso muito bem. É por isso que devemos amá-los e respeitá-los. Eles são sim meninos de guarda. São companheiros de todas as horas, e como diriam as frases:
"Ele é Exu! / É Exu Mirim! / Não me nega nada / Sempre me diz sim!"

Onibejada!
Laroyê Esquerda Mirim!